Craque Neto 10

O Corinthians foi a campo na Argentina com uma equipe totalmente alternativa para encarar o Boca Juniors pelas oitavas da Libertadores. Em campo o técnico Vítor Pereira escalou um time bem jovem. Era o que ele tinha a disposição. Resultado? Muita luta, paciência, transpiração e deu Timão na disputa de pênaltis. E para o torcedor corintiano, além da felicidade de uma classificação incrível, fica a certeza de que muita coisa errada feita pela diretoria deve ser corrigida.

Um exemplo clássico foi ter feito o planejamento para a temporada tendo como peças-chave jogadores veteranos. Aparentemente não suportaram a sequência de jogos e treinamento. Não souberam também administrar as reposições de lesões e problemas extra-campo. Vejam o caso do Jô, que saiu de maneira bem esquisita. Qual outro centroavante de área de porte similar tinha no elenco? Nenhum. E quem joga no lugar dos tarimbados Renato Augusto e Willian que estão machucados? Ninguém. O que mais se viu nas últimas semanas foi improviso. E não por culpa do técnico. Muito pelo contrário. O português sabendo reorganizar o time com extrema cautela e inteligência.

Outro erro grosseiro da direção foi negociar os titulares João Victor e Gustavo Mantuan às vésperas dessa decisão com o Boca. Piada! Pior que isso! Fez negócios totalmente questionáveis: Mantuan saindo como ‘troco’ do Yuri Alberto (que veio por valores estratosféricos!) e o jovem zagueiro a preço de banana que paga pouco mais de um mês de folha salarial do elenco. Ou seja, fizeram os acordos simplesmente para cobrir buraco financeiro deixado pela gestão anterior.

É por isso que digo sem medo de errar que apesar das lambanças da direção o técnico Vítor Pereira vem tirando leite de pedra. Se tiver um pouco mais de ajuda da diretoria – ou melhor, que fiquem ao menos sem atrapalhar – esse gringo pode contribuir muito para o sucesso do Timão em um futuro breve.

Coluna publicada no Jornal Metro em 07/07/2022