Negócio errado do início ao fim

Recentemente os dirigentes do São Paulo vieram a público esclarecer a situação do Daniel Alves. Praticamente decretaram o rompimento de vínculo que já tinha começado errado lá atrás na sua execução. Naquela ocasião o presidente Leco – o pior da história do clube – tratou de fechar um acordo de mais de três anos desembolsando um valor pra lá de milionário. Mesmo com o prestígio de ser um dos melhores jogadores do planeta eu particularmente já torci o nariz por se tratar de um lateral. Com todo o respeito, pensando estrategicamente como gestor, o Daniel nunca seria o cara que decidiria as partidas. Então por que pagar tanta grana?

Quando chegou foi aquela baita festa: Morumbi lotado e todo mundo babando ovo para o rapaz. Afinal, ele vinha de um título da Copa América com a Seleção e fazia parte de um pacote de marketing idealizado pela diretoria. Na coletiva o cara rasgou uma seda danada dizendo que era torcedor são-paulino desde criança. Circo pronto! Mas e bola? De cara ele começou a mandar no time mais que o técnico e assumiu a condição de meia-armador, camisa 10 e capitão. Em poucos jogos já deu pra ver que a vaca iria para o brejo e que ele não tinha competência pra tanta responsabilidade.

Agora o Daniel Alves deixa o São Paulo alegando que o clube não está cumprindo com o combinado. E o que é verdade, diga-se de passagem! O próprio diretor Carlos Belmonte assumiu uma dívida de quase R$ 12 milhões. Mas e aquele amor todo visto na coletiva inicial? Precisava gerar tanto constrangimento nesse adeus? Será que a saída não veio depois de ver que a torcida estava praticamente toda contra ele? Com todo respeito entendo que isso não foi atitude digna de quem disse que amava o clube. Ficou uma sensação de hipocrisia no ar.      

Coluna publicada no Jornal Metro em 16/09/2021