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Ser melhor ou pior independe de números

A imprensa esportiva está aproveitando o período de paralisação no futebol para produzir conteúdo usando dezenas de enquetes comparativas de jogadores da história dos clubes. Algumas delas são até meio injustas, diga-se de passagem, pois hoje em dia é muito mais fácil você conquistar mais títulos que no passado. Até porque existem mais competições e a qualidade técnica por aqui está terrível.

Vou dar um exemplo prático do que estou falando. Tem um grande portal aí que está comparando os goleiros Cássio, atualmente o titular do Corinthians, com o Ronaldo Giovaneli, que marcou época entre 1988 e 2008  e foi o goleiro que mais vestiu a camisa do clube com 602 participações. Estão falando que o Cássio, que já jogou 463 vezes pelo Timão, vai passar o antigo camisa I se mantiver o contrato (até o final de 2022) e o ritmo de partidas como titular.

Analisando os títulos então, vai ficar difícil para o Ronaldo. Poxa vida! O Cássio pegou uma geração incrível e conquistou praticamente tudo o que podia, com destaque para a Libertadores e o Mundial de Clubes de 2012. Agora a pergunta que fica é: quem é o melhor? Pra mim, independente dos números, o Ronaldo e até o Dida – que deixaram de citar na nota – são melhores tecnicamente que o ‘Gigante’. Isso quer dizer o Cássio é fraco? Nada disso. Fui um dos maiores defensores para ele ser titular inclusive da Seleção. Mas embaixo da meta o Ronaldo foi bem melhor. Salvou o time várias vezes em uma época de vacas bem magras. E eu fui testemunha ocular disso.

Infelizmente o imediatismo e o avanço absurdo dos meios de informação transformam o que se tem hoje quase sempre em melhor. Porque tem a imagem ali, fácil, na palma da mão. Mas existiu um futebol bem mais virtuoso em um passado recente, viu juvenilzada?!

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